sexta-feira, 15 de abril de 2011

Arte Conceitual 

A arte conceitual é aquela que considera a idéia, o conceito por trás de uma obra artística. como sendo superior ao próprio resultado final, sendo que este pode até ser dispensável.
     A partir de 1960, essa forma de encarar a arte espalha-se pelo mundo inteiro, abarcando várias manifestações artísticas.
     Entretanto, desde Duchamp podem ser percebidos os primeiros indícios da sobrevalorização do conceito.
     Um trabalho de arte conceitual, em sua forma mais típica, costumava ser apresentado ao lado da teoria. Pôde-se assistir a um gradual abandono da realização artística em si, em nome das discussões teóricas.
     Países como a Inglaterra (que historicamente se mantivera avessa às discussões teóricas quando o assunto era arte) foram grandes focos desse novo modelo. Publicações, como "Art and Language", do grupo liderado por Victor Burgin e John Stezaker, eram bastante influentes.
     O uso de diferentes meios para transmitir significados era comum na arte conceitual. As fotografias e os textos escritos eram o expediente mais comum, seguida por fitas K-7, vídeos, diagramas, etc.
     Nos Estados Unidos, temos as figuras de Lawrence Weiner e Robert Barry, como importantes expoentes do novo estilo.
     Joseph Kosuth também é considerado um dos líderes do movimento no país. É bastante conhecido seu trabalho "One and Three Chairs", que apresenta uma cadeira propriamente dita, uma fotografia de uma cadeira e uma definição extraída do dicionário sobre o que seja uma cadeira.
     "A Arte como idéia", em que dá definições de pintura divididas em itens sobre um fundo negro, é outro bom exemplo de trabalho conceitual.
     Os artistas não se incomodavam em evitar as trivialidades, em criar elementos que tornassem interessantes suas composições ou realizar composições agradáveis ao olhar.
     Pelo contrário, era preferível que nada desviasse a atenção da idéia que um trabalho deveria expressar.
     Alguns artistas iam mais longe, afirmando que essas imagens triviais poderiam refletir a própria superficialidade de quem as observa.
     Utilizando-se de imagens comuns, como por exemplo, a cadeira de Kosuth, em que pode se argumentar não ter acrescentado nada ao conhecimento de qualquer pessoa, acostumada com uma cadeira, não costumava ser bem recebida pelo público.
     Além disso, o problema maior era que, não acrescentando nada, essas experiências fora do eixo convencional tornavam difícil o julgamento do que era realmente uma obra de arte ou simples amadorismo.
     Entretanto, grande parte dos artistas conceituais tinham por objetivo, com esse tipo de procedimento, realizar exatamente o contrário: popularizar a arte, fazer com que ela servisse como veículo de comunicação.
     Seria uma oposição ao hermetismo do minimalismo e à redução da arte às relações, por exemplo, entre forma e pigmentação.
     Na verdade, servindo-se de textos abstratos, normalmente aproveitando-se da lingüística ou da filosofia, acabam por possivelmente aumentar o hiato entre o artista e o grande público.

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