sexta-feira, 29 de abril de 2011

CANDIDO PORTINARI

Filho de imigrantes italianos, Cândido Portinari nasceu no dia 29 de dezembro de 1903, numa fazenda nas proximidades de Brodowski, interior de São Paulo. Com a vocação artística florescendo logo na infância, Portinari teve uma educação deficiente, não completando sequer o ensino primário. Aos 14 anos de idade, uma trupe de pintores e escultores italianos que atuava na restauração de igrejas passa pela região de Brodowski e recruta Portinari como ajudante. Seria o primeiro grande indício do talento do pintor brasileiro.
Aos 15 anos, já decidido a aprimorar seus dons, Portinari deixa São Paulo e parte para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Durante seus estudos na ENBA, Portinari começa a se destacar e chamar a atenção tanto de professores quanto da própria imprensa. Tanto que aos 20 anos já participa de diversas exposições, ganhando elogios em artigos de vários jornais. Mesmo com toda essa badalação, começa a despertar no artista o interesse por um movimento artístico até então considerado marginal: o modernismo. Um dos principais prêmios almejados por Portinari era a medalha de ouro do Salão da ENBA. Nos anos de 1926 e 1927, o pintor conseguiu destaque, mas não venceu. Anos depois, Portinari chegou a afirmar que suas telas com elementos modernistas escandalizaram os juízes do concurso. Em 1928 Portinari deliberadamente prepara uma tela com elementos acadêmicos tradicionais e finalmente ganha a medalha de ouro e uma viagem para a Europa.
Os dois anos que passou vivendo em Paris foram decisivos no estilo que consagraria Portinari. Lá ele teve contato com outros artistas como Van Dongen e Othon Friesz, além de conhecer Maria Martinelli, uma uruguaia de 19 anos com quem o artista passaria o resto de sua vida. A distância de Portinari de suas raízes acabou aproximando o artista do Brasil, e despertou nele um interesse social muito mais profundo.
Em 1946 Portinari volta ao Brasil renovado. Muda completamente a estética de sua obra, valorizando mais cores e a idéia das pinturas. Ele quebra o compromisso volumétrico e abandona a tridimensionalidade de suas obras. Aos poucos o artista deixa de lado as telas pintadas a óleo e começa a se dedicar a murais e afrescos. Ganhando nova notoriedade entre a imprensa, Portinari expõe três telas no Pavilhão Brasil da Feira Mundial em Nova Iorque de 1939. Os quadros chamam a atenção de Alfred Barr, diretor geral do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA).
A década de quarenta começa muito bem para Portinari. Alfred Barr compra a tela "Morro do Rio" e imediatamente a expõe no MoMA, ao lado de artistas consagrados mundialmente. O interesse geral pelo trabalho do artista brasileiro faz Barr preparar uma exposição individual para Portinari em plena Nova Iorque. Nessa época Portinari faz dois murais para a Biblioteca do Congresso em Washington. Ao visitar o MoMA, Portinari se impressiona com uma obra que mudaria seu estilo novamente: "Guernica" de Pablo Picasso.
No final da década de 40 Portinari se filia ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e concorre ao Senado em 1947, mas perde por uma pequena margem de votos. Desiludido com a derrota e também fugindo da caça aos comunistas que começava a crescer no Brasil, Portinari se muda com a família para o Uruguai. Mesmo longe de seu país, o artista continua com grande preocupação social em suas obras. Em 1951 uma anistia geral faz com que Portinari volte ao Brasil. No mesmo ano, a I Bienal de São Paulo expõe obras de Portinari com destaque em uma sala particular. Mas a década de 50 seria marcada por diversos problemas de saúde. Em 1954 Portinari apresentou uma grave intoxicação pelo chumbo presente nas tintas que usava. Desobedecendo a ordens médicas, Portinari continua pintando e viajando com freqüência para exposições nos EUA, Europa e Israel.
Em 1960 nasceu sua neta Denise, que passou a ocupar boa parte de seu tempo. Pintou muitos quadros com o retrato dela. Quando não estava com Denise, Portinari passava horas fitando o mar, sozinho. No ano seguinte escreveu um ensaio de oração para a neta.

A morte

Desobedecendo as ordens médicas, Portinari continuava pintando e viajando com frequência para exposições nos EUA, Europa e Israel. No começo de 1962 a prefeitura de Milão convida Portinari para uma grande exposição com 200 telas. Trabalhando freneticamente, o envenenamento de Portinari começa a tomar proporções fatais. No dia 6 de fevereiro do mesmo ano, Cândido Portinari morre envenenado pelas tintas que o consagraram.
Seu filho João Candido Portinari hoje cuida dos direitos autorais das obras de Portinari.

 Obras

Entre suas obras mais prestigiadas e famosas, destacam-se os painéis Guerra e Paz (1953-1956), que foram presenteados em 1956 à sede da ONU de Nova York. Em novembro de 2010, depois de 53 anos, elas voltaram ao Brasil e foram exibidas no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (Para saber mais, ver Guerra e Paz).
As telas Meninos e piões e Favela são parte do acervo permanente da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano. Seu maior acervo sacro, entre pinturas e afrescos, está exposto na Igreja Bom Jesus da Cana Verde, centro da cidade de Batatais, interior de São Paulo, situada a 16 quilômetros de sua cidade natal, Brodowski. São 23 obras, incluindo 2 retratos:
  • Os Milagres de Nossa Senhora;
  • Via Sacra (composta de 14 quadros);
  • Jesus e os Apóstolos;
  • A Sagrada Família;
  • Fuga para o Egito;
  • Transfiguração;
  • O Batismo;
  • Martírio de São Sebastião.
Outras pinturas conhecidas de Portinari são:
  • Meio Ambiente;
  • Colhedores de Café;
  • Mestiço;
  • O Lavrador de Café;
  • O Sapateiro de Brodowski;
  • Menino com Pião;
  • Lavadeiras;
  • Grupos de Meninas Brincando;
  • Menino com Carneiro;
  • Cena Rural;
  • A Primeira Missa no Brasil;
  • São Francisco de Assis;
  • Tiradentes;
  • Ceia;
  • Os Retirantes;
  • Futebol;
  • O Sofrimento de Laio;
  • Criança Morta;
  • pipa;

terça-feira, 26 de abril de 2011

Beatriz Milhazes

Beatriz Milhazes
Beatriz Milhazes nascida no Rio de Janeiro em 1960 é uma pintora, gravadora, ilustradora e professora do Brasil. Frequentou cursos de arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e em várias universidades dos Estados Unidos da América. Vem destacando-se em exposições no exterior.

Carreira
Milhazes concluiu a graduação em Comunicação Social na Faculdade Hélio Alonso, Rio de Janeiro, em 1981. Sua trajetória pelas artes plásticas começou em 1980 ao ingressar na Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage, onde mais tarde passou a ser professora e coordenar atividades culturais.
A artista cursou gravura em metal e linóleo no Atelier 78, com Solange Oliveira e Valério Rodrigue, de 1995 a 1996.
Em 1997, em mais uma atividade como ilustradora, participou do livro As Mil e Uma Noites à Luz do Dia: Sherazade Conta Histórias Árabes, de Katia Canton.

Estilo

A cor é um elemento onipresente na obra de Beatriz Milhazes. Seu repertório estrutural inclui a abstração geométrica, o carnaval e o modernismo.
Flores, arabescos, alvos e quadrados ganham primeiro uma superfície de plástico para a posterior transferência para a tela.
Milhazes eventualmente usa a colagem na superfície da tela e aplica adicionais para viabilizar as obras como pintura, decalque, justaposição e sobreposições.
As colagens são feitas com a sobreposição de cores que incluem desde papéis de bala a sacolas de compras. A harmonia dos excessos, de cores e intervenções, resulta também em um trabalho interativo.
Participações
Museus que expõem obras suas
Exposições recentes
 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Arte Conceitual 

A arte conceitual é aquela que considera a idéia, o conceito por trás de uma obra artística. como sendo superior ao próprio resultado final, sendo que este pode até ser dispensável.
     A partir de 1960, essa forma de encarar a arte espalha-se pelo mundo inteiro, abarcando várias manifestações artísticas.
     Entretanto, desde Duchamp podem ser percebidos os primeiros indícios da sobrevalorização do conceito.
     Um trabalho de arte conceitual, em sua forma mais típica, costumava ser apresentado ao lado da teoria. Pôde-se assistir a um gradual abandono da realização artística em si, em nome das discussões teóricas.
     Países como a Inglaterra (que historicamente se mantivera avessa às discussões teóricas quando o assunto era arte) foram grandes focos desse novo modelo. Publicações, como "Art and Language", do grupo liderado por Victor Burgin e John Stezaker, eram bastante influentes.
     O uso de diferentes meios para transmitir significados era comum na arte conceitual. As fotografias e os textos escritos eram o expediente mais comum, seguida por fitas K-7, vídeos, diagramas, etc.
     Nos Estados Unidos, temos as figuras de Lawrence Weiner e Robert Barry, como importantes expoentes do novo estilo.
     Joseph Kosuth também é considerado um dos líderes do movimento no país. É bastante conhecido seu trabalho "One and Three Chairs", que apresenta uma cadeira propriamente dita, uma fotografia de uma cadeira e uma definição extraída do dicionário sobre o que seja uma cadeira.
     "A Arte como idéia", em que dá definições de pintura divididas em itens sobre um fundo negro, é outro bom exemplo de trabalho conceitual.
     Os artistas não se incomodavam em evitar as trivialidades, em criar elementos que tornassem interessantes suas composições ou realizar composições agradáveis ao olhar.
     Pelo contrário, era preferível que nada desviasse a atenção da idéia que um trabalho deveria expressar.
     Alguns artistas iam mais longe, afirmando que essas imagens triviais poderiam refletir a própria superficialidade de quem as observa.
     Utilizando-se de imagens comuns, como por exemplo, a cadeira de Kosuth, em que pode se argumentar não ter acrescentado nada ao conhecimento de qualquer pessoa, acostumada com uma cadeira, não costumava ser bem recebida pelo público.
     Além disso, o problema maior era que, não acrescentando nada, essas experiências fora do eixo convencional tornavam difícil o julgamento do que era realmente uma obra de arte ou simples amadorismo.
     Entretanto, grande parte dos artistas conceituais tinham por objetivo, com esse tipo de procedimento, realizar exatamente o contrário: popularizar a arte, fazer com que ela servisse como veículo de comunicação.
     Seria uma oposição ao hermetismo do minimalismo e à redução da arte às relações, por exemplo, entre forma e pigmentação.
     Na verdade, servindo-se de textos abstratos, normalmente aproveitando-se da lingüística ou da filosofia, acabam por possivelmente aumentar o hiato entre o artista e o grande público.

Minimalismo

Um quadro de 1913 do pintor russo Kasimir Malevitch que mostra um quadrado preto sobre um fundo branco serviu como ponto de partida, meio século depois, para o desenvolvimento do minimalismo na arte.
     Movimento das artes visuais e da música que representa o ápice das tendências reducionistas na arte moderna, o minimalismo surgiu em Nova York no fim da década de 1960. Caracteriza-se pela extrema simplicidade de formas e pela abordagem literal e objetiva dos temas.
     As primeiras manifestações dos escultores e pintores minimalistas nasceram de sua insatisfação com a action painting, ramo do expressionismo abstrato que dominou a arte americana de vanguarda durante grande parte da década de 1950.
     Os minimalistas consideravam a action painting, de traço intuitivo e espontâneo, muito personalista e sem substância. Defendiam que a obra de arte não deveria referir-se a outra coisa a não ser a si própria e, em seus trabalhos, evitaram associações extra-visuais.
     Formas geométricas simples e monumentais feitas de fibra de vidro, plástico ou metal caracterizam a escultura minimalista, entre cujos expoentes estão Donald Judd, Carl Andre, Dan Flavin, Tony Smith, Anthony Caro, Sol LeWitt, John McCracken, Craig Kaufman, Robert Duran e Robert Morris.
     Na pintura, que difere de outras abstrações geométricas por rejeitar composições líricas e matemáticas, consideradas meios de expressão pessoal do artista, destacaram-se Jack Youngerman, Ellsworth Kelly, Frank Stella, Kenneth Noland, Al Held e Gene Davis.
     O movimento minimalista estendeu-se à música, e nessa área quase se poderia dizer que teve como um de seus precursores o compositor alemão Carl Orff, em Carmina burana.
     Numa reação contra a sofisticação intelectual da música moderna, os compositores passaram a adotar um estilo simples e literal, e dessa forma criaram uma música extremamente acessível. Na obra de La Monte Young e Morton Feldman, por exemplo, o tratamento tradicional da forma e da evolução foi substituído pela exploração do timbre e do ritmo, elementos musicais estranhos aos ouvintes ocidentais.

 

Pop-Art “Arte Pop”


Movimento principalmente americano e britânico, sua denominação foi empregada pela primeira vez em 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para designar os produtos da cultura popular da civilização ocidental, sobretudo os que eram provenientes dos Estados Unidos.

Com raízes no dadaísmo de Marcel Duchamp, o pop art começou a tomar forma no final da década de 1950, quando alguns artistas, após estudar os símbolos e produtos do mundo da propaganda nos Estados Unidos, passaram a transformá-los em tema de suas obras.

Representavam, assim, os componentes mais ostensivos da cultura popular, de poderosa influência na vida cotidiana na segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte figurativa, em oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da segunda guerra. Sua iconografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do cinema e da publicidade. 


Principais Artistas:
Robert Rauschenberg (1925) Depois das séries de superfícies brancas ou pretas reforçadas com jornal amassado do início da década de 1950, Rauschenberg criou as pinturas "combinadas", com garrafas de Coca-Cola, embalagens de produtos industrializados e pássaros empalhados.

Roy Lichtenstein (1923-1997). Seu interesse pelas histórias em quadrinhos como tema artístico começou provavelmente com uma pintura do camundongo Mickey, que realizou em 1960 para os filhos. Em seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características das histórias em quadrinhos e dos anúncios comerciais, e reproduziu a mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos. Empregou, por exemplo, uma técnica pontilhista para simular os pontos reticulados das historietas. Cores brilhantes, planas e limitadas, delineadas por um traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual

Andy Warhol (1927-1987). Ele foi figura mais conhecida e mais controvertida do pop art, Warhol mostrou sua concepção da produção mecânica da imagem em substituição ao trabalho manual numa série de retratos de ídolos da música popular e do cinema, como Elvis Presley e Marilyn Monroe. Warhol entendia as personalidades públicas como figuras impessoais e vazias, apesar da ascensão social e da celebridade.

NO BRASIL
A década de 60 foi de grande efervescência para as artes plásticas no pais. Os artistas brasileiros também assimilaram os expedientes da pop art como o uso das impressões em silkscreen e as referências aos gibis. Dentre os principais artistas estão Duke Lee, Baravelli, Fajardo, Nasser, Resende, De Tozzi, Aguilar e Antonio Henrique Amaral.
A obra de Andy Warhol expunha uma visão irônica da cultura de massa. No Brasil, seu espírito foi subvertido, pois, nosso pop usou da mesma linguagem, mas transformou-a  em instrumento de denúncia política e social.